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De 16 a 19/03, Festa de São José, 19:30 na Igreja Matriz.

Homilia


Missa de Envio de Pe. Bento Viana

1º Domingo da Quaresma (Vespertina)

25 de fevereiro de 2012

Pe. Bento Viana



Caríssimos irmãs e irmãos, A Liturgia da Palavra deste 1º Domingo da Quaresma é um verdadeiro convite a uma catequese batismal, nos levando ao sentido mais profundo da Quaresma que é a preparação para a celebração do mistério central da nossa fé: a paixão, morte e ressurreição de Cristo. A referência ao Livro do Gêneses, cap. 9, ao falar do dilúvio e, consequentemente, da aliança que Deus fez com o seu povo por meio do Arco-íris é uma clara alusão ao batismo. Por meio do dilúvio Deus quis purificar o seu povo e fazê-lo reviver para uma vida nova. Aquelas oito (8) pessoas que foram salvas na arca juntamente com os animais foi o alvorecer de uma nova criação.


São Pedro nos diz em sua epístola primeira que a arca de Noé foi como que um batismo que em Jesus Cristo se tornou a salvação para toda a humanidade.


A tentação de Jesus no deserto, Evangelho lido em cada primeiro domingo da Quaresma representa também um batismo na vida de Jesus, rememorando a longa caminhada de 40 anos do povo de Israel do Egito até a terra prometida, assim como prenuncia a vitória da vida sobre a morte, por meio da sua paixão, morte e ressurreição. É por isso que ao término da quaresma, na Solene Vigília Pascal todos nós trazemos nas mãos uma vela acesa no círio e renovamos, cada ano, as promessas do batismo.


Caríssimos Irmãos, aproveitemos esse tempo rico de catequese que a Igreja nos propõe para que possamos realizar de forma concreta aquilo que a oração da coleta de hoje propõe. E o que ela nos propõe? "progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa." Cada um deve pensar de que maneira irá realizar isso na sua vida pessoal e comunitária.


Bem, eu cheguei a esta Paróquia no dia 22 de março de 2009 - era também Quaresma - 4º Domingo. Quase três anos, portanto, se passaram e nós vivemos uma rica experiência mútua de aprendizado. Eu, diante de Deus e de vocês tenho a plena consciência de que devo dizer duas coisas: muito obrigado a todos e por tudo e perdão a todos e a alguns que intempestivamente ofendi ou não tratei com a devida caridade. Agradeço a todos quantos me ajudaram a dar continuidade ao serviço pastoral desta jovem Paróquia que possui o Espírito Santo como seu patrono e uma história tão peculiar, um pouco resgatada por ocasião do Jubileu de Prata no ano passado. Agradeço aos Diáconos Gilson e Jorge pelo desvelo e atenção. Vocês são dois grandes colaboradores e tem uma grande missão nesta Paróquia que os ama e respeita, bem como nesta Igreja particular de São Salvador da Bahia.


Agradeço a todos os paroquianos e particularmente aos membros dos Conselhos Paroquiais de Pastoral e Economia, assim como a todos os Coordenadores de Comunidades. Sem vocês não teria feito nada. Vocês são pedras preciosas na construção da verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Agradecimento especial às Catequistas, bravas catequistas e aos poucos catequistas que me ajudaram tantíssimo na evangelização das crianças e adultos. Um agradecimento carinhoso às Caras Irmãs Calasanzianas, especialmente Ir. Francisca e Ir. Goreth com quem pude sempre contar afetivamente e efetivamente em todas as coisas que solicitamos. Elas são grandes parceiras nossas. Meu sincero agradecimento a Cleide, secretária paroquial, Jackson e Jucilane, nossa jardineira. Na pessoa de Loyola, nosso fiel escudeiro, quero agradecer a alguns membros da nossa Paróquia por quem nutro grande reconhecimento pela inestimável ajuda que me deram na condução desta Paróquia. Não convém citar nomes, mas eles sabem quem são.


Agradeço às diversas Comunidades que perseveraram durante esses quase três anos e carinhosamente expressaram a sua amizade e oração nesses últimos meses. Já o disse em outra ocasição e repito, rogo ao Bom Deus que tenha o nome de todos vocês escrito no livro da vida que Ele segura com a sua mão esquerda no painel da nossa igreja. É ele quem nos recompensará e nos fará brilhar como estrelas no firmamento desta porção do seu povo.


Finalmente, eu vos peço perdão quando não fui um pastor a altura do Bom Pastor, Jesus, usando de paciência, compreensão e misericórdia. Conto com a oração de todos vocês, pois tenho consciência de que ainda preciso percorrer um longo e árduo caminho de conversão para atingir o que Deus espera de mim. Eu desejo vos assegurar as minhas orações por cada um e por todos para que continuem fiéis a Jesus Cristo, ou seja, ao seu batismo e assumam definitivamente o que lhes cabe por direito como profetas, sacerdotes e reis. Ao invés de dispersarem por coisas pequenas e pessoais, vocês devem estar cada vez mais unidos em Cristo, por Cristo e com Cristo para a edificação da Sua Igreja. Acolham com carinho e reverência o Pe. Franklin e o ajudem de todas as formas nesta que será a sua primeira paróquia como Administrador. Pe. Franklin tem apenas um ano e 2 meses de ordenado presbítero. ele está, portanto, vivendo as primícias do seu ministério sacerdotal que escolheu como lema: "Em Cristo, reunir todas as coisas"( Ef. 1,10).


Eu deixo de ser Administrador Paroquial para me tornar um paroquiano desta mesma Paróquia. Nos encontraremos e, tenham a certeza, não faltará oportunidade para serví-los de muitas outras formas. Nossa Senhora da Assunção a nossa Mãe querida, a nossa intercessora nos ajude a todos a fazer tudo o que Ele nos disser. Amém.


Pe. Bento Viana

Avivamento da Renovação Carismática Católica

Grupo El Shadai

20 de outubro de 2010

Pe. Bento Viana


Encontro com Jesus revelado na relação com o outro


Caríssimos irmãs e irmãos, desde segunda-feira vocês têm se reunido para meditar sobre o tema: Quando a gente encontra Deus, neste AVIVAMENTO promovido pelo Grupo El Shadai, da Renovação Carismática Católica, dentro dos festejos do Jubileu de Prata da nossa querida Paróquia do Divino Espírito Santo. Temos um grande propósito neste Ano Jubilar: a nossa conversão, a nossa adesão amorosa a Jesus Cristo. E é neste sentido que todos nós precisamos de AVIVAMENTO, pois nos esquecemos muito facilmente, mesmo das coisas mais importantes.


No livro do Apocalipse, cap. 2, escutamos o recado a igreja de Éfeso: Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar os maus, puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são e os achaste mentirosos. Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor. O primeiro quando arrefece, ou seja, esfria, precisa ser avivado e é por isso que estamos aqui.


Quando a gente encontra Deus a nossa vida não é mais a mesma. Tudo é transfigurado pela presença de Jesus Cristo que nos faz nascer de novo para um vida completamente nova. É aquilo que releva São Paulo na Carta aos Gálatas: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim" (2, 20).


A partir daí, trava-se uma relação de amor entre o ser humano e Deus, através de um processo de conversão pessoal que vai moldando o discípulo e missionário, vai realçando cada vez mais a imagem e semelhança de Deus presente em cada ser humano. É um processo árduo, muitas vezes até penoso, mas, quando a gente encontra Deus, mas encontra de verdade, a gente sabe que não pode continuar mais vivendo a vida de antes, sem sentido, sem fundamento, sem direção. Quando a gente encontra Deus de verdade, a gente encontro o Caminho, o único existente – não há outro – Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele, portanto, passa a ser o modelo, a inspiração, o motor, a nossa razão de ser e viver. Viver sem Ele, seria algo como: um avião sem asa, uma fogueira sem brasa, futebol sem bola, um circo sem palhaço, uma abelha sem mel. Em outras, palavras, a vida não teria graça e beleza. Mas é preciso ter cuidado, pois a relação com Jesus não pode ser interpretada como um “amor cor-de-rosa”, adocicado, não, todo verdadeiro amor tem as suas implicações, os seus altos e baixos, sobretudo, da nossa parte. De repente, bate a solidão...”Eu conto as horas... Mas o relógio tá de mal comigo. Por quê? Por quê?” Que relógio é esse, porque está de mal comigo? Nem a própria cantora sabe responder ao longo da música. É que ela está falando de um amor frágil, idealizado e que, inevitavelmente, experimentará sempre a imcompletude. Somente o amor de Deus é que plenifica e somente na eternidade é que viveremos essa plenitude. Por isso, precisamos estar sempre avivando esse amor para que ele não murche e nem se apague.


Em várias outras ocasiões, aqui mesmo neste púlpito, falei que todo verdadeiro amor se expande e irradia, naturalmente. Jesus foi um homem extremamente amoroso: com os pobres, as crianças, as mulheres, os pecadores, os doentes, os fariseus, confirmando em suas palavras e, sobretudo, em sua vida o mandamento do Amor. Logo, quando a gente encontra Deus, a gente precisa, inevitavelmente, encontrar-se também consigo mesmo e com os outros. São João nos adverte: quanto a nós, amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: "Amo a Deus", mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que Dele recebemos: aquele que ama a Deus, ama também o seu irmão. (cf. 1Jo 4,19-21).


Quando a gente tem relações saudáveis com os nossos irmãos e quando cultivamos com eles uma verdadeira amizade, elas são verdadeiras epifanias, ou seja, manifestações da presença de Deus. Talvez a passagem mais evidente do Evangelho que nos assegure essa certeza de que se encontrar verdadeiramente com os irmãos é encontrar-se com Cristo, esteja no juízo final de Mateus 25:


31E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória;


32 e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas.


33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.


34 Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;


35 porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;


36 estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.


37 Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?


38 E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?


39 E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te?


40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.


41 Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;


Jesus nos surpreende, sempre. Ele, a plenitude da manifestação do amor misericordioso de Deus não poderia ser de outra forma. Além do escândalo da encarnação, além de ter vivido todas as vicissitudes da vida, exceto o pecado, assume totalmente a nossa condição humana, fazendo-se um nós – Emanuel – Deus conosco.


Como disse, Ele é o Caminho, o único caminho, portanto, para se encontrar com Jesus precisamos, inevitavelmente passar pelos outros, sejam quem for. E aí precisamos travar essa prova de fogo, pois, naturalmente, nos achegamos aos que nos afinamos, aos que estimamos, aos que amamos. Jesus pede para irmos mais adiante, nos pede para ver descobrir a Beleza – que é Ele – na face do faminto, do sedento, do estrangeiro, do maltrapilho, do doente, do presidiário. O mundo só vê feiúra nessas pessoas e Jesus diz que está ali, em cada uma delas, Ele a Beleza que mora no coração de todo ser humano, criado a imagem e semelhança de Deus.


Meu irmão, minha irmã, quando a gente encontra Deus, a gente encontra Jesus em cada irmão. Quando a gente encontra Deus, a gente procura cristianizar as nossas relações, quando a gente encontra Deus, a gente se reconcilia com aqueles de quem nos apartamos por bobagens ou por motivos desconhecidos. Quando a gente encontra Deus, a gente se esforça para viver a caridade que, embora possa ser vivida em relação a mim mesmo, encontra a sua máxima expressão na relação com o irmão, sacramento de Deus para mim. Quando a gente encontra Deus, a gente assume o compromisso, o testemunho e a missão de Jesus que nos confiou, pelo batismo, ser profetas, sacerdotes e reis. Isso vocês refletirão amanhã, no penúltimo dia desse abençoado Avivamento.


A Virgem Maria, quando soube, misteriosamente, que conceberia pela força do Espírito Santo e que a sua prima Isabel – a estéril – estava grávida, partiu ao encontro dela, pois, mesmo carregando em seu abençoado ventre o Sacramento da Salvação – Jesus Cristo – nem por isso, deixou de enxergar em sua prima, o sacramento vivo de Deus presente sempre no outro.


Ela seja a nossa guia nesta atribulada travessia. Ela nos ajude a ter olhos e corações para ver e perceber o outro como sacramento de Deus. Ela nos ensine a ir sempre ao encontro do outro e, sobretudo, nos ensine a servir. Amém, aleluia.


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